Maracanã

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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Doçura...em Búzios... ( para LA)



nada é fácil, nada é eterno, nada é por acaso
olhei o sol se pondo, observei o ocaso
o dia indo embora, o amor chegando, dei um prazo
a mim mesma, para descobrir onde ficou o atraso
da adolescência revivida em corpo maduro cujo traço
é o de uma senhora quase menina nas coisas que digo ou faço...

tudo é dificil, tudo é efêmero, tudo é passageiro
olhei a telinha do computador, observei o companheiro
o seu olhar de índio, seu jeito de menino matreiro,
que cresceu depressa, porque o mundo lhe foi aventureiro,
senti-me doce, quando ele me chamou doçura, me derreti...

somos pessoas tão diversas, dois universos, duas criaturas
com bagagem e tantos sonhos, alguns inalcançáveis, conjecturas,
outros muitos, em estado de graça, em alegrias e ternuras,
o senti tão dentro de mim, a provar minha pele e suas texturas,
beijei sua alma, quando ele me fez sua dona, me convenci...

somos seres tão parecidos, dois mundos paralelos e similares,
temos tantas areias para caminhar e tantos mares para singrar
ainda temos tempo para amarmos, para nos entendermos, apesar...

busquei seu toque de sentido do mundo, de razão de existir,
não estava nas ruas, nem nos casarios, nem nos barulhentos bares...
ele me chegou na canção da humanidade, da afeição e dos cantares,
trouxe e fez renascer sentimentos esquecidos, elevou-me aos ares...

aí, me percebi envolta em calda dourada, uma mulher caramelada,
mas que podia voar com asas ao vento, deixando escorrer gotas ao léu,
envolta pela costa buziana, pelo paraíso encontrado, por camadas de mel,
sobre as cabeças cujas bocas se abriam em concha, para saborear meu véu,
em brumas de imensa doçura, agradeci porque ele me devolveu o céu...

Cida Torneros

em 21 de janeiro de

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